CPES DISCUTE FUTURO DA ECONOMIA SOCIAL EM ENCONTRO NACIONAL COM ESPECIALISTAS DO SETOR

A CPES – Confederação Portuguesa de Economia Social, realizou, no passado dia 29 de Março, no auditório do Centro Social e Paroquial de Azambuja, uma Jornada de reflexão sobre “A Economia Social do Portugal 2030”, onde participaram os Dirigentes das nove Organizações nacionais representativas das diferentes famílias da Economia Social, bem como várias personalidades do âmbito político e representantes de entidades de referência deste setor, com uma assistência de cerca de 400 pessoas.

A abertura, da responsabilidade do Presidente do Município – Luís de Sousa, e do diretor geral da CPES – Francisco Silva, contou com a participação especial do Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva que destacou a importância da criação da CPES, como forma de reforçar e dar voz às várias entidades da Economia Social que compõem esta confederação, realçando que “A Economia Social precisa, em primeiro lugar, de se afirmar e tornar coesa. Em segundo, investir e procurar o caminho da sua relação com a Administração Pública, como seu principal parceiro”. Vieira da Silva concluiu com o anúncio de que está em curso o estabelecimento de um Protocolo entre o Governo e a CPES onde será oficializada a cooperação entre estas duas entidades.

O primeiro painel, “ Desafios da Economia Social”, teve como primeiro orador Juan António Pedreño – presidente da CEPES, homóloga espanhola, seguiu-se Jorge de Sá, presidente do CIRIEC Internacional, que nos conduziu até às origens da Economia Social e relembrou-nos da importância crescente que tem assumido nas sociedades contemporâneas. Este setor atingiu uma dimensão inimaginável “1200 milhões de pessoas em todo o mundo”. “O objetivo estratégico que se coloca agora é o de dar força à Economia Social portuguesa para que esta ganhe uma presença política, social, económica e cultural…sendo para isso necessário alcançar uma plena representação institucional”. Jorge de Sá destaca que só com uma boa comunicação se poderá “afirmar os princípios e os valores da Economia Social, enquanto motor de integração e de coesão social, combatendo a fragmentação do modelo dominante”.

Juntaram-se os comentários de comentários de Maria de Belém Roseira, ex-Ministra da Saúde, do padre Lino Maia, de Manuel Lemos e de Luís Alberto Silva, presidentes das estruturas nacionais respetivamente da CNIS, da União das Misericórdias e da União das Mutualidades.

O evento retomou depois do almoço, com o segundo painel, dedicado à análise da “Economia Social em Portugal e na Europa e a Estratégia 2030”, com moderação de Eduardo Graça, Presidente da CASES, e com as intervenções de Américo Mendes, professor da Universidade Católica Portuguesa, complementadas com os comentários de João Salazar Leite, diretor do departamento institucional da CASES, e de Marco Domingues, presidente da ANIMAR.

Às 16h00 teve lugar o terceiro e último painel, onde tomaram a palavra os representantes dos partidos com assento na Assembleia da República para debater a “Visão Parlamentar da Economia Social”.

Na sessão de encerramento intervieram o Ministro do Planeamento – Nelson de Souza, e do Presidente da CPES, Manuel dos Santos Gomes, que referiu “ a criação da confederação foi um trabalho árduo e complexo, em que se teve de encontrar o máximo divisor comum das nove organizações fundadoras, sem que cada uma perdesse a sua identidade.

Constituída a confederação, temos agora como objetivos da nossa atividade para este Mandato a concretização de quatro pilares: gestão e estrutura organizacional; coesão e afirmação da Economia Social; imagem do setor e comunicação e a representatividade institucional nacional e internacional”.

As Jornadas de Reflexão foram concluídas pelo Senhor Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, que defendeu que “não há desenvolvimento económico sustentável sem haver maior coesão social”, assinalando que “é necessário haver cada vez menos diferenças entre territórios, entre pessoas, entre atividades profissionais, entre setores da vida económica e social”. Rematou, ainda, que “há uma Lei de Bases da Economia Social” com aspetos que “têm de ser desenvolvidos, regulamentados e aprofundados” e levar a lei à prática e garantir que ela é executada é uma tarefa “constante” e “trabalhosa”, que cabe a instituições como a CPES, que terão um papel importante também na descentralização.

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